DAE busca empresas para fazer limpeza no rio Batalha

TISA MORAES - Jornal da Cidade - 16/01/2017 - 14:18:53

O DAE está prospectando empresas ou prestadores de serviços que possam desassorear o rio Batalha, desde a lagoa de captação até a altura de um de seus afluentes, o Córrego do Veado, em Piratininga. No ano passado, a autarquia chegou a abrir licitação para contratar o serviço, porém, o processo foi fracassado, com apenas um interessado, que não apresentou todos os documentos exigidos em edital até o prazo estabelecido como limite.

Segundo o departamento, o procedimento é necessário para recuperar a calha do rio, que foi alterada em alguns trechos devido às fortes chuvas do fim de 2015 e início de 2016, que romperam barragens e pontes na região, arrastando grande quantidade de lama para o manancial. Procurada ontem, a assessoria do DAE informou que, devido a dificuldade de localizar uma empresa que execute este tipo de serviço, não há previsão para que uma nova licitação seja aberta.

No ano passado, o então presidente do departamento, Célio Bucceroni, informou que a medida era necessária para prevenir futuros desabastecimentos de água, principalmente em épocas de pouca chuva.
Hoje, o manancial é responsável por fornecer o produto a 38% do município.

"O processo de assoreamento vai, ao longo do tempo, reduzindo a vazão do rio. A ideia é que, com a dragagem, o Batalha tenha um comportamento mais favorável durante o período de seca. Mas, neste momento de mais chuvas, não existe risco de faltar água", observa, salientando que a areia que assoreou trechos do curso do rio não comprometeu a lagoa de captação.

Segundo o diretor da Divisão de Produção e Reservação do DAE, Heber Soares Vieira, o serviço, orçado em R$ 22,5 mil até o ano passado, deverá ter duração de cinco meses, a partir de quando for iniciado. "O Córrego do Veado também deverá ser desassoreado, mas pela prefeitura de Piratininga", adianta. Ele destaca que as chuvas de verão não devem ser um impedimento para que o trabalho seja realizado.

CRÍTICO

O DAE diz não ser possível precisar, em números, o grau de assoreamento do rio, mas o Fórum Pró-Batalha classifica a situação como de nível crítico. "Diversas represas estouraram ou transbordaram por conta das chuvas. Hoje, o rio ainda está se restabelecendo, embora ainda com muitos pontos assoreados. A falta de cobertura ciliar acabou contribuindo ainda mais para a destruição em alguns trechos", analisa o diretor-executivo do órgão, Gabriel Motta, que também é engenheiro florestal da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Sagra).

Por este motivo, segundo ele, o ideal seria que o processo de desassoreamento proposto pelo DAE fosse acompanhado da devida recomposição da mata ciliar do Batalha, que também foi destruída pela lama em vários pontos do rio. O trabalho, contudo, não será feito pela autarquia e o Pró-Batalha já adiantou que está priorizando o reflorestamento de outro trecho do manancial.

"Aquela área já foi reflorestada no passado. Agora, nosso foco está na Bacia do Alto Batalha", frisa. No final do ano passado, a entidade iniciou o plantio de mudas em 20 hectares às margens do córrego do Engenho Velho, em Agudos, um importante afluente de abastecimento do rio. Com verbas do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro), a iniciativa deverá ser concluída até o final do primeiro semestre de 2017.
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