Morreu ontem, aos 52 anos, a engenheira e ex-presidente do Departamento de Água e Esgoto de Bauru (DAE) Nilcéia de Fátima Paes Lourenço. Vítima de uma doença degenerativa há cerca de um ano, Nilcéia estava internada no Hospital da Unimed de Bauru e teve falência múltipla dos órgãos detectada por volta do meio-dia de ontem.

O corpo de Nilcéia segue hoje para São Paulo, onde será cremado na Vila Alpina. O velório, que teve início ontem à noite, será realizado até as 11h30 de hoje no Memorial Bauru. Dezenas de amigos, familiares e companheiros de trabalho passaram pelo local, desde ontem à noite, para prestar as últimas homenagens à engenheira, que trabalhou por cerca de 30 anos no DAE e se destacou na defesa de questões ambientais na cidade.

-Ela tinha uma participação ativa na política de infra-estrutura da cidade. Nilcéia participou ativamente da implantação de todos os poços da autarquia e dos primeiros núcleos habitacionais em Bauru. Ela era brilhante-, afirmou o amigo e engenheiro Orlando Lamônica Júnior.

Nascida em Bauru, Nilcéia começou a trabalhar no DAE em 1977 como estagiária, onde se destacou e ocupou por 15 anos a função de diretora da divisão de produção da autarquia. Em 2003, a engenheira foi convidada a assumir a presidência do DAE, onde permaneceu no cargo até o ano seguinte. Em nota oficial, a autarquia comunica -com muito pesar o falecimento de suas ex-presidente, que, por aproximadamente 30 anos, desempenhou de forma exemplar diversos cargos no departamento. Ao seu esposo e filhos, e aos demais familiares e amigos, os servidores do DAE externam os mais sinceros sentimentos por essa irreparável perda-.

A engenheira foi também a idealizadora e presidente do Fórum Pró-Batalha por 12 anos e defensora veemente do rio Batalha e das questões relacionadas ao meio ambiente. Foi nessa época que a engenheira conheceu o prefeito Rodrigo Agostinho (PMDB). -Ela era uma pessoa excelente, uma das melhores ambientalistas de Bauru. Trabalhei muito com ela no desenvolvimento de projetos. É uma perda muito grande para a cidade. Estou muito triste com a morte dela-, contou ontem, por telefone, o chefe do Executivo, que voltava de compromissos na Capital.

Segundo o engenheiro e cunhado de Nilcéia, Júlio César Lopes, o rio Batalha era sua paixão. -Ele era ambientalista na sua essência. Ajudou a desenvolver muitos projetos para o bem da cidade.- A bauruense colaborou na implantação do Centro de Educação Ambiental - Rio Batalha, que é um programa de educação ambiental dentro dos serviços de saneamento para disseminar interna e externamente as questões ambientais e soluções ambientalmente adequadas para o processo produtivo.

Os engenheiros Blayr Martinês Júnior e Carlos Afonso Canedo relembram dos encontros marcados pelo grupo de amigos, conhecido como -Friends forever-. -A gente se conhecia desde a infância e sempre organizávamos encontros. Ela era uma pessoa muito alegre-, disse Blayr. Nilcéia era casada com o engenheiro Wagner Oscar Lourenço, 51 anos, e deixa dois filhos: Samara, 21 anos, e Daniel, 15 anos.

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Monise Centurion